Com aproximadamente 2,4 mil mulheres beneficiadas, o Centro de Atendimento à Mulher Vítima de Violência Doméstica Viva Mulher completa hoje (27) sete anos de funcionamento em Dourados. O serviço foi inaugurado no dia 27 de novembro de 2001, numa parceria entre o Governo do Estado e Prefeitura Municipal com objetivo de informar, orientar e proporcionar atendimento jurídico, social e psicológico às mulheres em situação de violência. As comemorações de aniversário foram realizadas na tarde de ontem (26) e hoje a coordenadora de Políticas Públicas para a Mulher de Dourados, Zonir Freitas Tetila e a presidente do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos das Mulheres, Odila Lange, estão em Campo Grande para participar do seminário na Assembléia Legislativa que terá a presença de Maria da Penha, personagem viva da história da luta contra a violência e que dá nome a lei que pune quem agredir mulheres no Brasil. Por entender que o atendimento à mulher vítima de violência não é motivo para comemorações, já que o ideal seria que nenhuma mulher fosse agredida, Zonir Tetila destacou no aniversário do Viva Mulher que ao invés de comemorar, é importante celebrar a luta de muitas pessoas para fortalecer os serviços e oferecer ajuda para cada mulher violentada. Ela precisa saber que não está sozinha, que a Prefeitura e o Governo do Estado mantém uma rede de atendimento para que ela supere os problemas, disse Zonir. Já o slogan Há momentos em que sua atitude faz a diferença… COMPROMETA-SE! da campanha 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres foi lembrado pela coordenadora estadual de Políticas Públicas para a Mulher, Carla Stephanini. Ela destacou que quando alguém presencia ou toma conhecimento de uma agressão é preciso denunciar, que essa denúncia trará reações positivas de mudança já que atualmente o poder público pode respaldar essas mulheres vítimas de violência com locais como o Centro Viva Mulher e a Casa Abrigo. Além disso, Stephanini defendeu que é possível sonhar com uma sociedade de iguais oportunidades para homens e mulheres e com uma democracia perfeita onde nenhuma mulher seja agredida. Entre as ações para mudança da realidade atual, Zonir Tetila elencou a formação de professores para que a violência seja discutida desde a escola, formando uma geração para a não-violência. Zonir alertou para a necessidade de reflexão sobre a sociedade atual e a sociedade desejada. Às vezes a mulher pensa que não pode fazer nada, talvez porque se considere apenas uma dona de casa. Mas, na verdade, ela pode sim fazer a diferença. Sua postura com o companheiro e com todas as pessoas que lida no dia-a-dia, além da educação que dá aos filhos podem mudar muita coisa. A mulher precisa parar e pensar o que vai fazer, o que é importante para sua vida, disse Zonir. A agressão fere a alma e a dignidade da mulher, por isso, a coordenadora do Centro Viva Mulher, psicóloga Marizet Martinez Sanabria, enfatizou a importância de aproveitar a data para refletir sobre a problemática, pensando na dimensão, grandiosidade, complexidade e validade do trabalho contra violência. Marizet ainda apresentou um balanço das atividades do Viva Mulher e um perfil das mulheres atendidas, quando ressaltou que atualmente a violência é vista como uma questão de Saúde Pública, sendo que o banco de informações do Centro mostra que 42% das mulheres atendidas informaram que precisaram sofrer intervenções hospitalares em decorrência das agressões. A solenidade de aniversário contou ainda com a declamação de Odila Lange (presidente do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos das Mulheres) do poema de sua autoria sobre a lei Maria da Penha e da apresentação do saxofonista Ângelo Vicente. O Centro Viva Mulher promove o atendimento por meio de uma equipe inter-profissional e é o primeiro da região sul e o segundo do Estado de Mato Grosso do Sul. Além dos atendimentos individuais diários, o Centro, juntamente com a Coordenadoria de Políticas Públicas para as Mulheres e a Secretaria Municipal de Assistência Social e Economia Solidária, desenvolve várias ações que visam a prevenção e o enfrentamento à violência, como palestras informativas, reuniões e entrega de materiais de divulgação na comunidade, por exemplo. Entre os órgãos e serviços que Dourados possui hoje para fazer o enfrentamento à violência contra a mulher estão a Delegacia de Atendimento à Mulher, o Programa de Enfrentamento à Violência contra Mulheres, Crianças e Adolescentes da Secretaria Municipal de Saúde, o Centro de Atendimento à Mulher Vítima de Violência e a Casa Abrigo que faz o serviço de abrigamento para mulheres em situação de risco de morte, numa parceria entre Prefeitura e Governo do Estado e que conta, também, com uma equipe multidisciplinar. O Centro de Atendimento Viva Mulher está localizado à Rua Izzat Bussuan, 1580, fone 3411-7147. Fone denúncias: 180 Central de Atendimento Especializado