Na reunião realizada na tarde desta sexta-feira no Núcleo de Saúde de Dourados, a Comissão de Combate à Dengue, formada por integrantes dos mais variados segmentos da comunidade e dos poderes públicos municipal e estadual, voltou a cobrar da população douradense um comprometimento maior no combate ao mosquito transmissor e, principalmente, na limpeza de seus quintais e terrenos para evitar o acúmulo de água propício à formação de criadouros do Aedes aegypti. A bióloga Rosana Alexandre da Silva, coordenadora do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), abriu a reunião explicando que os agentes comunitários de saúde, o setor de controle de vetores e os membros do próprio comitê continuam com as ações preventivas e de combate a criadouros do mosquito. Porém, existe um descuido muito grande por parte da população em relação aos criatórios de larvas. Em algumas residências visitadas mais de duas e até três vezes no período de dois meses, foram encontradas novamente larvas do mosquito, uma demonstração da falta de responsabilidade dos moradores, que colocam em risco a saúde da própria família e dos vizinhos pelo descuido com vasilhames que acumulam água, afirmou. Ela também ressaltou que a própria população deve cuidar de seus quintais e vistoriar diariamente seus terrenos e os vasos de plantas, para verificar se não existe água parada. Com esse volume de chuvas, o ciclo do mosquito se reduziu para apenas cinco dias e a transmissão já é feita de forma transovariana, do óvulo infectado diretamente ao mosquito, não necessitando mais uma picada a uma pessoa infectada para a transmissão, explicou. O coordenador de Controle de Vetores do CCZ, Sebastião Marcondes, explicou que o trabalho de combate, tanto ao mosquito, quanto aos focos e larvas, estão sendo feitos dentro do cronograma, com a aplicação de inseticidas (com o carro fumacê e aplicações costais), nas regiões de maior incidência de casos de dengue. Ele também recomendou maior comprometimento da população, tanto na vistoria de seus imóveis quanto na denúncia de locais de possíveis focos. Desde novembro estamos cumprindo em mais de 90% a meta do Ministério da Saúde com ações preventivas e de combate à dengue, mas as chuvas têm atrapalhado o trabalho contínuo dos agentes e por isso a própria população deve vistoriar suas casas, afirmou Marcondes. O representante do Estado no comitê, José Pedro Moreira Carneiro, lembrou que os casos de dengue continuam aumentando e muitos não são comunicados à Secretaria Municipal de Saúde e por isso, a informação sobre os riscos deve ser massificada, com enfoque educativo e maior envolvimento da população. Os membros do comitê presentes à reunião também sugeriram o envolvimento de professores alertando seus alunos sobre a campanha nos quintais e também nos bairros e dos líderes comunitários convocando a população para engajamento na luta contra a dengue. Pediram ainda que as entidades assistenciais envolvidas ampliem o leque de formação de grupos de atuação e que as imobiliárias vistoriem com frequência os imóveis vazios e busquem apoio do CCZ em caso de detecção de focos e outras medidas que possam contribuir para eliminar as larvas do mosquito transmissor.