A epidemia de dengue, prevista em 2009 pela Vigilância em Saúde de Dourados em razão da falta de conscientização da população no combater os criadouros do mosquito transmissor da doença, está provocando uma mobilização ainda maior da prefeitura para tentar reduzir a infestação na área urbana. O secretário municipal de Saúde, Mário Eduardo Rocha Silva, se reuniu nesta quarta-feira com a equipe de Vigilância em Saúde e determinou que medidas urgentes sejam adotadas para evitar uma proliferação ainda maior da dengue, em razão das chuvas constantes e da falta de conscientização de parte da população quanto à limpeza em suas casas e terrenos. A diretora de Vigilância em Saúde, Elisa Hidalgo, confirmou para esta quinta-feira, às 15h, uma reunião do Comitê de Combate à Dengue com associações de moradores e representantes de imobiliárias, com o objetivo de emitir um alerta máximo contra a doença em Dourados. Elisa disse que vai solicitar aos representantes das imobiliárias uma vigilância constante nas residências vazias, que estão à venda ou para alugar, evitando o acúmulo de água, ambiente propício para a desova do mosquito e criação de larvas. A mesma recomendação será repassada aos dirigentes das associações de moradores, para que visitem as residências em seus bairros, façam uma mobilização nos locais mais infetados, que criem grupos de trabalho para alertar a população e denunciar áreas ou propriedades onde pode haver ambiente para a proliferação do mosquito. A coordenadora do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), bióloga Rosana Alexandre da Silva, explicou que os trabalhos para combate ao transmissor estão intensos por toda a cidade, mas diante da falta de colaboração de parte da população, o mosquito está vencendo a batalha. O número de casos da doença teve amento considerável nos últimos dias. Ela lembrou que, em alguns casos, existem registros de reincidências, em que a larva foi encontrada em vistoria realizada há dois meses e, na visita mais recente, novamente foram achados criadouros do mosquito, numa demonstração de falta de cuidado do morador. Segundo Rosana, as visitas dos agentes de controle de vetores são realizadas a cada residência da cidade pelo período de dois meses, para verificar a limpeza do terreno, os locais de acúmulo de água e também fazer a orientação. Muitas vezes o próprio agente tem recolhido vasilhames que acumulam água, serviço que deveria ser feito pelo morador, afirma a coordenadora, ressaltando que nos casos de reincidência são elaboradas as autuações, cuja multa é lançada junto com a cobrança do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) do ano seguinte. É a única maneira legal que temos para punir as pessoas que mantêm locais de criação do mosquito, afirma Rosana, destacando que o objetivo agora é eliminar o máximo possível de focos do transmissor da dengue.