Os portadores de deficiência deram a demonstração do que verdadeiramente querem e precisam durante a II Etapa da Capacitação Política da Pessoa Portadora de Deficiência (PPD). O tema debatido entre profissionais e deficientes foi A luta da PPD em Dourados: desafio em questão. O encontro foi durante toda a quinta-feira no auditório da Associação Comercial e Industrial de Dourados . O evento, organizado pela Secretaria de Assistência Social, mostrou que os deficientes nada mais querem que a lei seja cumprida, por isso, pedem a criação de um Conselho Municipal da PPD. Os primeiros passos segundo a secretária de Assistência Social, Ledi Ferla, e a coordenadora do Centro da Pessoa Portadora de Deficiência, Elza Pedroso, já estão sendo dados, por isso, a presença do Presidente do Conselho Estadual da PPD, José Aparecido da Costa. Outra reivindicação feita pelos portadores de deficiências foi a inclusão no mercado de trabalho. Se a situação de desemprego é gritante e todas as cidades brasileiras, o que dirá entre os portadores de deficiência, salienta Ledi Ferla ao afirmar que o objetivo da administração popular não só conseguir vagas de trabalho, mas sim, conseguir ocupação. Muitas vezes estes deficientes não têm o direito de ir e vir, eles encontram muitas barreiras arquitetônicas, além das próprias famílias não acreditarem no potencial destas pessoas. Por isso, há um Centro (Dorcelina Folador) que proporciona qualificação para o trabalho. Nossa maior preocupação não é só com o trabalho como também com auto-estima destes deficientes, comenta. As cobranças não param por aí, a secretária recebeu um calhamaço de pedidos dos deficientes. Entre eles, cadeiras especiais para jogarem basquete. O pedido de verba já foi feito e só falta ser aprovado pela Secretaria Municipal de Fazenda. Assim que liberada, serão cedidas 10 cadeiras no total de R$13 mil. Eles querem praticar esportes, querem piscina especial e eles têm que exigir mesmo. São pessoas cheias de vida e não aceitam nenhum tipo a mais de limitação, elogia a secretária. Outra reivindicação é a possibilidade dos deficientes terem uma serralheria para que eles possam ter fazer os seus próprios móveis. Uma preocupação apresentada pela secretária é o fato de ter apenas cerca de 500 pessoas portadoras de deficiência cadastradas e recebendo o Benefício de Prestação Continuada, que é uma benefício de um salário mínimo para os deficientes que recebem até um quarto de salário mínimo per capta. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, cerca de 10% da população mundial é portadora de alguma de deficiência. Este valor, se deduzido em Dourados está muito inferior. Todavia, continuamos a fazer o que manda a lei e enviamos uma assistente social que bate de porta em porta procurando se há algum deficiente desamparado, destaca. Ledi acredita que além da falta de informação, existe também a vergonha de ser discriminado. Outro convidado para palestra foi o promotor Marcos Sisti.