Antes do Geraldo Resende sair julgando o trabalho da saúde ou entrar com ação do Ministério Público, ele deveria procurar os responsáveis para saber o que de fato está acontecendo, afirma superintendente de serviços de Saúde, Yara Rigotti, ao explicar a causa da falta de medicamentos para os pacientes psiquiátricos. Razão pela qual o deputado Geraldo Resende (PPS) prometeu denunciar a saúde ao Ministério Público. Segundo ela, o laboratório que havia ganho a licitação teve problemas para retirar o sal (princípio ativo usado para fazer a medicação) do porto. O sal importado teve que ficar mais tempo do que deveria no porto e resultou na falta do medicamento no laboratório, explica a superintendente. Os remédios para os pacientes do Centro de Atendimento Psicossocial (CAPS) estão garantidos, segundo a superintendente, uma nova licitação já foi feita para aquisição de medicamentos para mais três meses. De acordo com a Yara, outro fator que dificulta o trabalho da secretaria é o aumento de pacientes cadastrados para receber medicamentos. Nos dois últimos anos o número de pacientes triplicou e o teto do Governo Federal para a saúde mental é o mesmo há quatro anos que é de R$ 4.923,75, afirma. Em dezembro de 2000 havia 2.700 pacientes cadastrados. Atualmente, são 6.273 portadores de doenças psiquiátricas que precisam dos remédios. Assim como os pacientes, os custos também estão crescendo. No ano de 2000, a Secretaria Municipal de Saúde gastava R$ 39.385,00 apenas com medicamentos. Na licitação para os próximos remédios foram contabilizados R$ 133.454,00. Entrar com denúncia no Ministério Público é fácil e cômodo. Quero ver ele (Resende) cumprir o papel pelo qual ele foi eleito e lutar pelo aumento do teto que há quatro anos é o mesmo, salienta Yara. Este ano, muita coisa mudou na saúde mental. O CAPS foi reimplementado e agora os pacientes psiquiátricos contam com dois assistentes sociais, dois psiquiatras, sete psicólogos, um enfermeiro, um terapeuta e um farmacêutico. A partir de julho, um ambulatório em saúde mental vai entrar em funcionamento no Pronto Atendimento Médico. Nunca se deu tanta atenção ao paciente de saúde mental como agora, afirma Yara Rigotti.