Serviços Urbanos e Vigilância em Saúde iniciam nesta quarta-feira operação para cumprir a lei de controle da dengue e da febre amarela A partir desta quarta-feira (3), todas as áreas onde existe ou não construção, mas que estejam tomadas pelo mato e a sujeira, serão alvo de uma ação mais rigorosa por parte da Prefeitura de Dourados. Fazendo valer a Lei Municipal de 2006 que trata do controle da dengue e da febre amarela, o município vai expedir notificações seguidas de aplicação de multas aos moradores. O objetivo é punir os donos de terrenos que, por falta de manutenção de seus imóveis, estejam colocando em risco a saúde da população. A fiscalização das áreas e o comunicado à Secretaria de Serviços Urbanos (Semsur) e ao Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) passam a ser feitos pelos 120 agentes de saúde que passam a atuar também como fiscais. Segundo a coordenadora do CCZ, Rosana Alexandre da Silva, esses técnicos vão colaborar com a Secretaria Municipal de Saúde no trabalho de combate aos focos do mosquito transmissor da dengue, ação desenvolvida em conjunto pelo órgão e o Departamento de Vigilância em Saúde. Conforme Rosana da Silva, como os agentes de saúde já conhecem bem a cidade, inclusive as regiões onde a situação é mais crítica, a ação conjunta deve facilitar o trabalho de identificação dos terrenos sujos. Além de fazer as visitas domiciliares, orientações à comunidade e aplicação de larvicida, os agentes de saúde vão informar à Semsur e ao CCZ sobre os locais com mato, sujeira, lixo doméstico exposto e ainda objetos espalhados pelos terrenos e que podem se transformar em criadouros do mosquito. A partir dessa constatação, os casos serão encaminhados ao CCZ ou à Semsur e os donos ou ocupantes dos imóveis serão responsabilizados. Nos terrenos cobertos pelo matagal, a Semsur fará a roçada e o dono terá que pagar pelo serviço e ainda recolher uma multa. Já nos locais onde houver sujeira ou focos de dengue, os responsáveis pela propriedade serão notificados a efetuar a limpeza no prazo máximo de dez dias. Caso não cumpram a determinação, serão penalizados com multa que varia de R$ 100 a R$ 800. Nesta terça-feira (02), a coordenação do CCZ e os diretores de Vigilância em Saúde, Elisa Hidalgo e de Controle de Vetores, Sebastião Aparecido Marcondes, se reuniram com um grupo de agentes de saúde para definir a forma de atuação. O trabalho mais rigoroso começa a ser desenvolvido em todas as regiões de Dourados nesta quarta-feira. De acordo com Marcondes, a maioria dos focos da doença está hoje nas residências, mas isso não quer dizer que a situação dos terrenos baldios não seja preocupante. Em muitos desses locais não há como a gente entrar [no terreno]. Esses imóveis que geralmente ficam trancados e possuem muros altos, acabam se transformando em depósitos de lixo. Com essa medida de notificar os proprietários, creio que vamos ter um panorama melhor da situação e avançar nas ações de combate aos focos do mosquito, afirmou Marcondes. Novos Casos O mais recente boletim da dengue mostra que já foram notificados 1.505 casos da doença. Dos 879 positivos, três foram considerados graves e dois já identificados como dengue hemorrágica. Do restante de notificações, 454 ainda aguardam resultado de exame e 162 deram negativo. A diretora de Vigilância em Saúde, Elisa Hidalgo, disse que a situação é alarmante e que se não houver maior conscientização da população o quadro pode se agravar ainda mais. Segundo ela, é preciso que as pessoas com suspeitas da doença procurem uma unidade de saúde mais próxima de casa, já que a Rede de Saúde Pública está preparada para fazer o procedimento correto. O Hospital Universitário (HU) está com leitos disponíveis para atender somente os casos de dengue. O HU se transformou em unidade referência no acompanhamento e tratamento da doença.