A Fundação Cultural e de Esportes de Dourados Funced, está realizando, até o dia 8 de novembro, no antigo supermercado Catarinense (avenida Marcelino Pires)a exposição de Manoel de Barros, composta por 16 banners e 24 fotografias contendo poemas do escritor e fotos de animais e aves da fauna pantaneira, temas de seus escritos. As fotos são de autoria do doutor em Fotografia, José Asabino. Manoel de Barros é considerado o maior poeta vivo brasileiro da atualidade, ou, como seus leitores, tocados pela magia de seus versos, o definem, como o Guimarães Rosa da poesia, o lírico da ecologia, o grande poeta das pequenas coisas, o poeta do Pantanal, entre outras definições que o fazem personalíssimo, renovando e ampliando o patrimônio literário sul-mato-grossense com extraordinária criatividade, em obras que abrangem desde o mistério do infinito das coisas e objetos aparentemente banais, até o espantoso universo das relações humanas e do homem com a natureza. Manoel de Barros nasceu no Beco da Marinha, beira do rio Cuiabá em 1916. Mudou-se para Corumbá, onde se fixou de tal forma que chegou a ser considerado corumbaense e atualmente reside em Campo Grande. É advogado, fazendeiro e poeta. Ele escreveu seu primeiro poema aos 19 anos, mas sua revelação poética ocorreu aos 13 anos de idade, quando ainda estudava no Colégio São José dos Irmãos Maristas, no Rio de Janeiro. É autor de várias obras, pelas quais foi agraciado com importantes premiações, como o Prêmio Orlando Dantas, em 1960, conferido pela Academia Brasileira de Letras ao livro Compêndio para Uso dos Pássaros. Em 1968 recebeu o Prêmio da Fundação Cultural do Distrito Federal pela obra Gramática Explosiva do Chão e, em 1997, o livro Sobre Nada recebeu um prêmio de âmbito nacional e, em 2002, agraciado com o Prêmio Jabuti 2002, pela Câmara Brasileira do Livro na categoria ficção, pela obra O Fazedor de Amanhecer. Cronologicamente, Manoel de Barros pertence à geração de 45, sendo considerado um poeta moderno no que se refere ao trato com a linguagem, é avesso à repetição de formas e ao uso de expressões surradas, ao lugar comum e ao chavão. Mutilador da realidade e pesquisador e pesquisador de expressões e significados verbais, Manoel de Barros utiliza-se da temática regionalista além do valor documental para fixar-se no mundo mágico das coisas banais retiradas do cotidiano. O poeta inventa a natureza por intermédio de sua linguagem, transfigurando o mundo que o cerca. Sua alma e o coração são abertos à dor universal. Termatiza o Pantanal, universalizando-o, pois a natureza é sua maior inspiração e o Pantanal é o de sua poesia. FOTOGRAFIASA Exposição Manoel de Barros não teria sentido sem as formas e animais que ele utiliza em sua linguagem pantaneira e, por isso, a mostra organizada pela Funced apresenta 24 belíssimas fotografias da fauna pantaneira fotografadas pelo cientista fotográfico José Sabino. Docente em fotografia aplicada à Zoologia, Comportamento Animal e Ecologia, Sabino é produtor de um acervo de 22 mil slides sobre zoologia, botânica, ecologia e conservação da natureza e tem ministrado cursos sobre essas temáticas em mais de 31 congressos e em diversas universidades brasileiras. Fotógrafo profissional de importantes publicações brasileiras, atualmente José Sabino é pesquisador e professor do Programa de Mestrado em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional da Universidade para o Desenvolvimento do Estado e Região do Pantanal Uniderp, além de consultor do Ministério do Meio Ambiente e da Organização das Nações Unidas ONU, para a área de biodiversidade. A Exposição Manoel de Barros pode ser visitada diariamente no horário comercial até às 21h, no antigo supermercado Catarinense, com entrada franca.