O Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos (Mova) está buscando parcerias para dar continuidade ao trabalho que já alfabetizou mais de 500 pessoas em um ano de atividade, completado este mês. Atualmente, o movimento conta com vagas para quase 400 monitores e está com 65 pontos de alfabetização na cidade e distritos. Na semana passada, a coordenação do Mova reuniu-se com representantes de entidades de classe e de comunidades das áreas urbana e rural do Município para ampliar o trabalho, propondo novas parcerias com a finalidade de disponibilizar maior número de monitores e ampliar a quantidade de pessoas a serem alfabetizadas em Dourados. Segundo a coordenadora do Mova, Iranilde Pedrosa Novaes, a maior dificuldade para o movimento é encontrar um local adequado para as aulas, uma vez que os adultos e jovens recusam-se a freqüentar as salas de aula das escolas municipais e estaduais disponíveis, principalmente no período noturno, com o receio de comparação com crianças alfabetizadas. O movimento detectou, nesse primeiro ano de atividades, cerca de 1.700 pessoas analfabetas no Município e pretende reduzir esse índice a partir de novas vagas e locais para os cursos. Iranilde explicou que os adultos geralmente preferem ter aulas em associações de bairros, igrejas católicas ou evangélicas e até mesmo residências, mas não aceitam freqüentar salas de aulas em escolas.As pessoas analfabetas têm vergonha de dizer que não sabem ler, não querem se expor e daí a dificuldade que enfrentamos em identificá-las e conseguir locais adequados para os monitores ministrarem as aulas de alfabetização, destaca a coordenadora, enfatizando que elas não querem estar no meio de jovens e crianças. Além de Iranilde, também colaboram na coordenação do Mova as educadoras Vera Lúcia Alves Rodrigues e Renata Lourenço Girotto, as quais estão disponíveis para explicações e tirar dúvidas das pessoas interessadas em participar do programa como parceiros e até mesmo candidatar-se à função de monitores do movimento. Os principais pontos discutidos na reunião foram o mapeamento de monitores e alunos; as parcerias para as aulas, como salas e mobiliário; a distribuição de kit pedagógico, com cadernos, lápis, borrachas e outros materiais escolares e a identificação de problemas que podem levar à desistência do aluno do curso de alfabetização. O movimento conta com o apoio da Prefeitura de Dourados, por intermédio da Secretaria Municipal de Educação e de várias instituições e entidades que se propuseram a colaborar na formação de novas turmas e indicação dos monitores para ministrarem os cursos. O secretário Municipal de Educação, Antonio Leopoldo Van Suypene, disse que esse processo tem como finalidade também melhorar a auto-estima do aluno que, ao aprender, torna-se um cidadão crítico e consciente. Um dos pontos principais do Mova é que a alfabetização vai muito além de apenas ler e escrever, mas proporcionar ao analfabeto a oportunidade de entender o que está lendo ou escrevendo, segundo explicou a superintendente de Educação e Ensino, Raquel Alves de Carvalho. Informações sobre o Mova e como participar desse processo para erradicar o analfabetismo no Município podem ser obtidas na coordenação do movimento, na Secretaria Municipal de Educação.