Mostrando que o direito à cidadania é para todos, o Movimento de Educação de Adultos, MOVA, acaba de fechar uma parceria com a Secretaria Municipal de Saúde para alfabetizar pacientes psiquiátricos que são tratados no Centro de Atenção Psicossocial em Saúde Mental, CAPS. A nova turma vai ter 11 alunos e a apoiadora do movimento, Djanira Pereira, será a monitora. De acordo com a coordenadora do MOVA, Iranilde Pedrosa Novaes, a idéia é montar mais uma turma. Estamos nos preparando para trabalhar respeitando ainda mais os limites de cada aluno, salienta Iranilde ao descrever os preparativos do movimento para trabalhar com os pacientes psiquiátricos. Mais que uma conquista esta nova turma é um desafio, afirma.Os pacientes do CAPS são bastante heterogêneos. Muitos têm nível superior e outros não são alfabetizados, afirma o psiquiatra do CAPS, Pedro Leopoldo Ortiz. Uma turma de alfabetização só vem aumentar a alto-estima dos pacientes além de ser oportunidade deles comprovarem para eles mesmos o quanto são capazes de fazer o que eles quiserem, ressalta o especialista.Esta turma é mais uma mostra da democratização da alfabetização, lembra a Iranilde que recentemente montou uma turma de alfabetização no estabelecimento penal de regime semi-aberto. Este trabalho é uma lição de vida, acredito que mais nós do que os alunos, teremos bons exemplos que vão servir para o nosso dia-a-dia, finaliza a coordenadora. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, mostram que só em Dourados existem 10.700 analfabetos. Todavia, a superintendente de Educação, Raquel Carvalho, acredita que o número é maior. Se a pessoa sabe escrever o próprio nome, ela é considerada alfabetizada, explica. O MOVA de Dourados foi implementado em agosto de 2002 e alfabetizou cerca de 500 adultos. Inicialmente o movimento começou com trinta salas de aula, hoje são 72 em diversos bairros do município com possibilidade de acrescentar 170 salas.