As 80 famílias que ocupavam há quatro meses uma área particular no Jardim Santa Brígida, não correm mais o risco de serem despejadas. Antes mesmo que fosse cumprida a ordem de desocupação assinada pelo juiz da 5ª Vara Cível de Dourados, a prefeitura entrou em negociação com um empresário local e conseguiu viabilizar uma área provisória, até que as famílias recebam as casas dos programas habitacionais do município. O local para onde o grupo deve permanecer por um prazo de seis meses, podendo ser prorrogado por mais seis, fica no Jardim Pelicano bem próximo da área ocupada. De acordo com o diretor do Departamento de Habitação do município, Astúrio Dauzacker, o prefeito Ari Artuzi (PDT) foi quem coordenou as negociações para evitar que as famílias fossem retiradas da área por força policial, como determina a ordem judicial. Ele explicou ainda que independente desta prévia solução, as 80 famílias de sem teto estão cadastradas no setor de Habitação e incluídas já neste primeiro projeto da prefeitura, de moradias para a população de baixa renda. A intenção do prefeito é de que assim que vencer este prazo, as famílias já possam receber em definitivo seus imóveis. Para isso, estamos agilizando o processo para a implantação de novas moradias populares em Dourados ainda este ano, informou o diretor. Termo de CompromissoNesta quinta feira (02), os coordenadores do movimento de ocupação no Jardim Santa Brígida, participaram de uma reunião com a direção do departamento de Habitação da prefeitura. Depois de aprovar a transferência das 80 famílias para um local provisório, eles assinaram um termo de compromisso com o município e com o proprietário da área cedida. De acordo com, Robson Matos da Silva, um dos líderes do movimento, a decisão do município de conseguir um lugar provisório e evitar uma desocupação que provavelmente seria feita pela polícia, mostra que o prefeito Ari Artuzi se preocupou com o problema. Assinei este documento com a sensação de que tirei uma carga das minhas costas. Estamos sentindo honrados agora em ter a certeza de que vamos ter a nossa casa, declarou Robson. O diretor do setor de Habitação da prefeitura, informou que mesmo sendo o local provisório, as famílias vão poder solicitar ás empresas responsáveis pelo fornecimento de água e energia elétrica no estado, as ligações. É que o termo de compromisso firmado entre os sem teto, o município e o proprietário da área, permite a extensão destas redes para que seja garantida a prestação de serviços públicos como saneamento básico, que são considerados essenciais.Ângela Maria dos Santos, que estava há meses com o marido e os três filhos em uma moradia improvisada no Jardim Santa Brígida, disse que o prefeito cumpriu com a sua palavra. Já estou com a minha mudança toda pronta, agora não vou ficar mais na incerteza de onde ir com a minha família, sei que quando deixarmos este lugar que o município ajeitou para nós, será para entrar num teto nosso, declarou a bordadeira que desempregada não teve mais condições nem mesmo de pagar aluguel. Bastou a assinatura dos documentos, para que o grupo de sem teto começasse a arrumar a mudança. Além de viabilizar uma nova área, a prefeitura também disponibilizou o transporte das famílias.