Jovens que cometeram algum tipo de crime de natureza leve terão espaço para desenvolver habilidades e deixarem a criminalidade. Os jovens que cometeram algum tipo de crime de natureza leve e que atualmente passam por medidas sócio-educativas, através de liberdade assistida, terão um espaço físico para que possam desenvolver habilidades que os levem a melhorar a auto-estima. O projeto da prefeitura, através da Secretaria de Assistência Social de Dourados, tem como principal objetivo diminuir a reincidência de jovens ao crime. Ao mesmo tempo, a medida contribui para que eles não retornem mais à Unidade Educacional de Internação (Unei). A secretária municipal de Assistência Social, Itaciana Pires Santiago, disse que chega a pelo menos 70% o índice de jovens que saem da Unei com liberdade assistida, mas que acabam cometendo novamente os delitos e com isso, voltam para a instituição. Para reverter esse quadro, a secretária quer mudar a metodologia das medidas sócio-educativas que competem ao município e que estão sendo aplicadas atualmente. Itaciana explica que de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), as medidas sócio-educativas devem ser aplicadas pelo poder público, sendo que três competem ao estado e duas ao município, que são: a liberdade assistida e a prestação de serviços à comunidade. Para melhorar o atendimento aos jovens que saem da Unei na condição de liberdade assistida e evitar reincidência, o município decidiu abrir um espaço físico para ocupar o tempo dessas pessoas, proporcionando oficinas com cursos profissionalizantes, atividades culturais e de lazer. É uma forma de dar opção para esses jovens de ocupar a mente e desenvolver suas habilidades, evitando assim que voltem a praticar delitos, justifica. A previsão da Secretaria de Assistência Social é de que o espaço deva começar a desenvolver as atividades até o segundo semestre de agosto. Com relação à metodologia aplicada aos jovens destinados a prestar serviços à comunidade, Itaciana diz que também será reavaliada. O objetivo é fazer com que esse jovem que é obrigado a prestar um serviço à comunidade, tenha interesse no que vai desenvolver e que melhore a sua auto-estima, acrescenta. Para isso, a secretária informou que o município vai promover capacitação para as entidades que acolhem esses jovens. O que está faltando na realidade é a sociedade ver com outros olhos esses jovens, que muitas vezes já chegam rotulados, o que acaba dificultando o processo de recuperação, observa.