A Câmara Municipal decidiu entrar de vez na luta pelo recálculo (a expressão foi utilizada pelo presidente José Carlos Cimatti (PFL)) dos valores que resultaram no precatório de R$ 10 milhões devidos pela prefeitura à empresa Prodados. A dívida, contraída na gestão do ex-prefeito Luís Antonio Álvares Gonçalves e relativa a confecção de carnês de IPTU, dominou os debates da sessão desta terça-feira. O valor do precatório recebeu críticas até do PMDB, que faz oposição ao prefeito Laerte Tetila e que assim como os demais partidos se posicionou pela revisão. Domingos Alves (PMDB) disse que o valor é absurdo. Seria interessante sabermos se os ex-administradores da nossa cidade tratam com o mesmo descaso seus patrimônios pessoais, questionou Domingos. O presidente José Carlos Cimatti defendeu o recálculo e ponderou que a população não pode pagar por essa dívida. Ribeiro Arce (PT) foi mais longe: Trata-se de um roubo, um arrombamento dos cofres municipais, disparou, comparando os valores pagos este ano por Tetila ( R$ 60 mil por 65 mil carnês) aos R$ 10 milhões, em valores atualizados, pagos na década de 80 pela confecção de 30 mil carnês. Ribeiro manifestou sua solidariedade à intenção do prefeito de acionar o Ministério Público para investigar o caso. Akira Oshiro (PPS) disse que o desfecho do caso depende da Advocacia Geral do Município. A meu ver é um problema judicial e que portanto requer uma saída judicial, destacou Oshiro. Em 2000 houve mobilização semelhante dos vereadores, que constituíram CPI para apurar o caso. O relatório final sugeriu a suspensão dos pagamentos estabelecidos nas decisões judiciais. O prefeito Laerte Tetila (PT) disse hoje que ao manifestar-se em maioria contra os valores (classificados por ele como absurdos) da dívida contraída por Luís Antonio, a Câmara fica do lado de Dourados. Ele informou que entrega nas próximas horas ao promotor Marcos Sisti – que retornou ontem à Promotoria após viagem para compromissos pessoais – um pedido oficial de abertura de ação por Lesão ao Patrimônio Público contra a empresa. Caso acate a ação, Sisti pode determinar realização de perícia nos cálculos do precatório. Confiamos no Judiciário e tão logo seja publicado o acórdão do STJ recorreremos ao Supremo Tribunal Federal, adiantou. Enquanto isso vamos mobilizar nossa cidade contra mais essa injustiça com a população, concluiu Tetila.