Entre os 300 casos atendidos pelo Programa Sentinela, desenvolvido pela Prefeitura de Dourados em parceria com o Governo Federal, que atende crianças e adolescentes vítimas de violência e abuso sexual, 126 foram registrados este ano, uma demonstração que, em dois anos e três meses de existência, aumentaram as denúncias desse tipo de crime. A informação foi prestada pela assistente social Amarilda Jesus Alves, que trabalha no programa e explicou a necessidade de manter o local e a identidade das vítimas em sigilo. Segundo ela, desde que começou a funcionar, o programa já atendeu cerca de 300 crianças e adolescentes, dos quais 212 continuam recebendo atendimento da instituição. Do total de casos registrados desde que o programa foi criado, segundo Amarilda, 46 vítimas são do sexo masculino e 251 do feminino. Entre o total de vítimas, o programa registrou 22 casos entre crianças e adolescentes indígenas, seis crianças e jovens portadores de necessidades especiais e seis casos que resultaram em gravidez. A assistente social explicou que, na maioria dos casos, os agressores são pessoas da família ou vizinhos e atribui o aumento ao número de denúncias pela conscientização das vítimas e suas famílias, bem como pelos programas assistenciais desenvolvido tanto pelo Sentinela quanto à proteção por parte da Justiça. O Programa Sentinela é um centro de referência que funciona 24 horas por dia para receber denúncias de abusos sexuais com a maioria dos casos tendo como vítimas crianças e adolescentes entre os sete e os 14 anos de idade. A partir dos 14 anos, a maioria dos casos é de exploração sexual por terceiros. A entidade também já registrou abusos em crianças a partir dos dois anos de idade. Amarilda explicou que o programa também serve de casa abrigo, em que as vítimas, quando o agressor é pessoa da família ou próximo, permanece no local durante até uma semana. Geralmente as denúncias que chegam ao programa são encaminhadas ao Conselho Tutelar e em seguida, os familiares das vítimas são orientados a registrarem a ocorrência na Polícia Civil, para a instauração de inquérito e andamento de processo com a finalidade de apurar o crime e punir os responsáveis.