A luta da prefeitura para que o Hospital Evangélico (HE) volte a atender pelo SUS (Sistema Único de Saúde) se justifica a cada dia segundo o secretário de Saúde, Edivaldo Moreira. Considerado como o mais equipado do interior do Estado, o hospital tem condições de realizar grande parte dos procedimentos que hoje são feitos apenas em Campo Grande. Exemplo disso é o caso de uma mulher que foi atingida por dois tiros na cabeça, em Caarapó, e teve que ser encaminhada para Dourados. A paciente foi levada para o Hospital Universitário que não dispõe de condições para fazer a cirurgia necessária. Apenas uma bala foi retirada, o outro projétil não pôde ser extraído, a justificativa dos médicos é de que a bala estava alojada numa região sensível da cabeça. Por causa do quadro clínico encaminhar a vítima para Campo Grande seria um risco, pois ela poderia não resistir à viagem. Nesta segunda feira (09) a Secretaria de Saúde, cumprindo determinação do prefeito Ari Artuzi, conseguiu autorização para que os procedimentos que o HU não têm como oferecer sejam disponibilizados pelo HE. A mulher foi encaminhada para o Hospital do Trauma, onde permanece em observação e só será encaminhada para o Evangélico quando os médicos avaliarem que a paciente tem condições de se submeter a uma cirurgia. A Secretaria de Saúde informou que a internação foi feita no HUT para evitar despesas com internação no HE, mas o ideal é que a paciente permanecesse no hospital onde vai ser operada. A neurocirurgia é uma especialidade de alta complexidade e muito requisitada em Dourados. Além de corpo clínico especializado, esse tipo de operação exige também equipamentos modernos. São estas e outras especialidades que a Prefeitura de Dourados quer oferecer à população com o credenciamento do Hospital Evangélico. O secretário de Saúde, Edivaldo Moreira, disse que esse caso é apenas um exemplo da necessidade do convênio com o Evangélico. Para ele, se o HE estivesse credenciado ao SUS a cirurgia dessa paciente já teria sido realizada. Segundo Edivaldo, ela é de uma família com poucos recursos financeiros e jamais teria condições de desembolsar R$ 100 mil para fazer a cirurgia. Como o HU não tem estrutura para esse tipo de atendimento, como ficaria a paciente? É preciso ter consciência , justificou o secretário.